11 de outubro de 2008

O médico - parte 17

ATENÇÃO, FALTA 4 DIAS PRO FIM DA ENQUETE, VAMOS VOTAR.



Anônimo disse...
Oi, tudo bem?
Bom, a princípio gostaria de dizer que conheci o blog a pouco tempo, tive que ler uns posts anteriores pra pegar o conto do início, pode até não ser, mas parece uma história real. Acredito que aconteça mesmo isso, principalmente com os gays mais novos, vai muito da postura de cada úm, na realidade são tantos os fatores que influenciam situações conflitantes assim, minha mãe, por exemplo, é super metida a homofóbica, mas os dois irmãos dela são gays, pra minha sorte minha família convive com gays a duas gerações antes de mim (até onde sei), e quando comecei um namoro sério e falei pra minha família que estava tendo uma relação com outro homem e que eu estava feliz e que era isso que eu queria pra minha vida, minha mãe acho o fim, só que não dei muita bola, hoje tenho 34 anos, sou independente em todos os sentidos, desde os 16 anos pra ser mais exato, então, pra mim não foi/está sendo difícil me relacionar com minha mãe, quase não nos vemos, apesar de hoje, quando nos falamos ela pergunta pelo meu namorado, vá entender!! Acredito que a dificuldade do nosso amigo do conto seja pela criação dele e tb pelo fato da dependência financeira, com essa atitude damãe, pode ser que ele cresca e resolva viver a vida dele junto ao seu amor (só pra constar, quando citei o momento que revelei pra minha família, é pq não sou afeminado, e até já fui casado com uma mulher, por isso algumas pessoas ficaram confusas, acredito que minha mãe pense que é uma fase, que amanhã vou acordar querendo me relacionar com mulheres novamente, fazer o quê?!? Já disse pra ela que meu negócio é homem mesmo, rssss). Bom, meu comentário está cumpriiido, mas é pq é o primeiro, depois eles irão encolhendo. Abração e continue postando (só não estou muito alegre com a demora das postagens, espero que esteja tudo legal contigo).
P.S. Me chamo Sandro.


Resposta: Ola Sandro, seja muito bem vindo. Cara esta história é pura realidade. O que as pessoas não entendem que a homossexualidade não é uma condição, pois no meu entender, algo condicional é tipo, hoje estou cansado, isso é uma condição e passa, já a homossexulidade... Certeza que se pudessemos escolher não seríamos, então só temos que levantar a cabeça e ir em frente. Cara, não precisa encolher seus comentário não, é sempre bom receber.

Juliano disse...
Oi Rafa e Paulinho (tiraram o nome do Frank, :( fiquei triste, mas espero que ele dê um alô de vez em quando). Eu concordo bastante com vc amigo... essa idéia que se tem de gay ser tudo promíscuo demais é errado, pois se faz generalização em cima da atitude de alguns, mas não todos, o q me deixa bastante chateado. Aqui em casa, ainda bem, foi tudo bem mais tranquilo, mesmo não sendo afeminado minha mãe aceitou bem o fato de eu ser gay, talvez pelo fato dela estar "acostumada", pois meus dois irmãos também são gays e "assumiram" antes de mim. Mas mesmo assim, ninguém deveria passar pelo que o "B" passou.... Cara, to preocupado com vc, tá tudo bem? Que história é essa de estar desgostoso com o blog e sem ânimo... qq coisa tô por aqui, ok? Um beijo a todos vcs, um especial pro Paulinho e Frank e pro Ben e João e um mais especial ainda pra essa pessoa maravilhosa que vc é, Rafa. Tudo de bom amigo!!!



Resposta: Juliana kkkkkkkkk brincando, vc é homem porra kkkk Juliano, meu brother, Frank não posta mais. Você me disse sobre seus irmãos e fiquei bem espantado, mas a cada dia que passa penso que a homossexualidade é genética, meu irmão foi pego com um cara na cama kkkkkkkkkk, então... Cara, esta tudo bem comigo, ando desanimado com uma porrada de coisa, o blog caiu, as visitas e tudo mais, aí não me dá ânimo não. Mas assim, em parte a culpa é puramente minha, pois eu logo pra postar sempre a noite, do nada quem me aparece? Benjamim, aí eu não consigo, porque o conto agora está num estado, tanta coisa acontecendo, tantas emoções que fico impossibilitado de postar alguma coisa, aí o Ben sai depois das 3, aí da sono kkkkkkkkkkk

José Eduardo disse...
Boa tarde, em primeiro lugar.
Paulinho, acho que foi você quem postou esse comentário, né? Concordo em parte com você no que disse. Deu a entender que o pessoal que vai em Passeata Gay, todos são promíscuos ou coisas do tipo. Mas também não podemos generalizar as coisas, esses acontecimentos ninguém está livre, não que seja obrigatório alguém dos homossexuais serem casados ou qualquer outra coisa do tipo, mas qualquer um de nós que não participamos de passeata gay, por acidente já nos envolvemos com homens casados ou coisa baixa. Coisa que infelizmente já aconteceu comigo, mas caí fora e hoje sinto muita vergonha por ter tido esse envolvimento. O que fará com que as pessoas mudem essa forma de pensar quanto aos homossexuais, só será o renascer novamente, tanto no questão de físico como no de novas idéias. Mas isso leva tempo. Mas é isso aí, está ficando muito boa a história... Beijos e abraços carinhosos para todos.



Resposta: Não José, foi eu Rafael, quem fez esse comentário kkkkkkkkkk não esperava é? EU está muito bom ou muito ruim kkkkkkkkk? Zé, seguinte, não acho um erro, eu já me envolvi com um cara casado, com filho, não me arrependo nem um pouco, não sei se repetiria, somos ótimos amigos, me amarro nele. Eu tenho 20 anos e na época que ficamos ele tinha 31, então, foi um excelente aprendizado, não me arrependo, mas não concordo com isso.



Coisas que muitos de vocês disseram é pura verdade, mas como eu citei acima, não temos culpa, não escolhemos sermos homossexuais. A Bíblia condena, sou católico, não praticante, acredito na palavra, mas não concordo no fato de Deus condenar o amor, pois nós amamos outros homens da mesma forma que um homem ama uma mulher, já fui apaixonado por uma e sei como é, claro, tem suas excessões, mas uma parte dos gays amam apenas, não levam a vida numa promíscuidade, não ficam caindo de boca em cada um que passa, vê, gostou canta e pega, existe muitas pessoas assim, isso não é legal, leva até a Bareback ( assunto já mencionado aqui no blog) que direciona a doenças terrivelmente mortais.


Mas por hoje é só, vamos a mais uma parte do conto que eu vou pra minha parte também

Ele me levou pro apê dele e me ajudou a tirar a roupa. Fiquei só de cueca e ele me deitou na cama. Saiu em direção ao banheiro. Acho q apaguei, dormi. Depois de um tempo, eu sinto q estou flutuando, quando me dou conta de q ele estava me carregando pro banheiro. Eu senti o meu corpo sendo invadido por uma substância relaxante e de temperatura alta. Eu estava numa banheira com agua morna. Quando a minha cabeça repousou no encosto da banheira, abri os olhos e vi o Henrique ajoelhado me olhando...

Henrique - esse banho quente vai te fazer bem.

Me deixou lá e senti meu corpo relaxando, os nervos se aquietaram e eu voltei a dormir. Quando dei por mim, era noite e eu estava vestindo uma blusa branca enorme e uma cueca um pouco folgada. O Henrique estava deitado do meu lado, comendo sucrilhos e com uma caneca de café em cima do criado-mudo. Ele assistia o jornal e eu somente abri os olhos e o observava. Tive medo de mostrar pra ele q eu estava acordado. Tive medo do q ele poderia dizer. Depois de acordar daquele sono sem sonhos, tive medo do que o novo dia me reservava.

O intervalo comercial apareceu na tv e ele voltou o seu olhar pra mim.

H - nossa! q susto, B, que olhão aí me olhando (a cara de susto mudou pra uma cara de amparo) Tudo bem? Se sente melhor? (balancei a cabeça com um sinal positivo) Hum, vem ca vem, deixa eu te abraçar.

Colocou a caixa de cereais no criado-mudo e me abraçou. Ele tava quente e eu um pouco frio, pq mesmo tendo tomado banho quente, a minha pele molhada deve ter tido contato com o ar, me esfriando. Eu só lembro de ter sentido as mãos dele nas minhas costas me acariciando. Acho q dormimos assim, sem dizer uma palavra.


A manhã era diferente pq nada seria como antes a partir do meu espreguiçar. O Henrique ñ tava na cama quando acordei, mas logo senti cheiro de comida que deverai vir da cozinha. Fiquei um pouco deitado na cama pensando no que seria a minha vida dali pra frente. Tudo novo: teto novo, vida nova, esconderijo novo...
Ñ é só pq a minha sabia q eu ia sair por aí gritando aos 4 ventos o q eu era. Me agarrei aos lençois e pensei nas pessoas q iriam me afastar de suas vidas quando descobrissem. Várias mãos me empurrando apareceram na minha mente: meu pai, meus avós, primos, tios, amigos...o Vagner, a Ana. Agora eu só conseguia enxergar poucas mãos se oferecendo para me ajudar nessa nova empreitada. Eram pessoas totalmente desconhecidas, a família do Henrique, principalmente os seus pais. Me agarrei mais aos lençois e chorei um pouco, sai da cama, escovei os dentis, lavei o rosto e desci. Encontrei um homem lindo e contente fazendo ovos mexidos. É, parece q estava valendo a pena o sacrifício...

Henrique - bom dia, marido!
Benjamim - bom dia! mas ñ casamos ainda
H - é questão de tempo...aliás, é questão de outras coisinhas tbm
B - d q?
H - nada, vem comer q vc ja ta atrasado pra faculdade
B - ah, ñ sei se vou hj, Rique (com uma cara meio chorona)
H - hum, entendo, talvez seja melhor mesmo, eu comprei muita comida esse mês pro apê, fique!

Comi, lavei o prato e o abracei por minutos. Ficamos em pé, na cozinha, sem dizer 1 só palavra.

Ele passou a mão no meu rosto, me beijou e disse q tudo ia acabar bem, q eu ñ devia me preocupar, ele cuidaria de tudo!

Tomou banho, vestiu a roupa, pos o jaleco nos ombros e seguiu pra faculdade. Se eu ja me sentia minúsculo naquela cobertura, nesse dia me senti um grão de areia no meio daquelas paredes. Era estranho saber q, a partir de agora, elas seriam a minha morada. Com a roupa q dormi, fikei o resto do dia. Ñ fiz nada de nada. Além de ñ ter cabeça, ñ tinha forças. Tomei sorvete no almoço e biscoito no jantar. Vi tv o resto da noite. O meu celular tocou...

B - oi Vagner
Vagner - nem foi hj, pq?
B - coisas...
V - se são "coisas", é pq vc ñ ker contar né?
B - como foi a aula hj? (mudando o assunto)
V - boa e importante, por isso liguei, professor passou trabalho em grupo, vc ta no meu ta?
B - hum
V - vc ta bem?
B - trabalho sobre o q? (sou especialista em mudar o assunto)
V - antropologia aplicável, tipo, estudar algum grupo social e aplicar o assunto ja passado, na materia, na análise desse grupo
B - sei, gostei! Q grupo é?
V - ñ ta definido ainda, o trabalho é longo e é pra proxima semana q ele quer, vc vem amanhã pra gente resolver?
B - aham
V - ta ok, era só isso...vc ta bem mesmo?
B - hum...olha só, acho q amanhã mesmo eu já levo umas idéias de grupos sociais
V - pq nunca me surpreendo com esse seu humor?
B - ñ sei do q vc ta falando, mas espero q seja um elogio hahaha
V - sei...ok, xau cara
B - xau
V - EI
B - fala
V - conte comigo sempre!

Desligou. Será que eu poderia contar? Correr o risco de o Vagner ser um homofóbico e perder a sua amizade? Sei lá...isso ñ importava muito agora, só conseguia pensar na minha mãe. Ela deveria estar muito mal, pior q eu. Ñ por ser mulher, por ser mais velha ou por ser mãe. Ela estaria pior q eu pq emocionalmente falando já aguentei mais q qualquer outra pessoa q conheço. O coração de um gay reprimido é uma arca de chumbo, feita para suportar os maiores golpes q o mundo pode desferir contra ele. Eu sei o q é esconder o q se sente!


Henrique chegou e me encontrou no sofá, deitado, com um pote de bolachas em cima da barriga, o controle na mão e uma cara de nada...

B - viu? já tou treinando pra ser seu marido, só falta eu te mandar buscar a cerveja na geladeira e sair da frente da tv pra ver o jogo
H - vc nem gosta de futebol
B - ñ importa, vai ja pegar a cerveja (apontando pra cozinha)
H - nem depois do q aconteceu vc para de brincar
B - meu humor sempre foi a minha armadura pra me protejer do mundo, ñ sei viver sem
H - eu ñ sei viver sem vc!
B - oh, para, ta me deixando vermelho
H - casa comigo, Benjamim?
B - caso, quando aprovarem no congresso, eu caso
H - sério, B, casa comigo?
B - como assim?
Ele tira uma caixinha do bolso e vejo q dentro uma aliança dourada brilha. Ele me olhava com uma cara de pidão, enquanto a minha boca se abria de tão surpresa...

B - vc é louco!
H - casa comigo?
B - vc...vc, nossa!
Ñ contive as lágrimas e comecei a chorar. Nos abraçamos, beijamos ele pegou minha mão, foi colocando a aliança no meu dedo anelar e depois me deu a aliança dele pra eu pôr. Parece q casamos. Agora, eu sou um homem casado...
H - te declaro meu marido e meu amante pro resto da vida


Nos beijamos e fiacmos ali, deitados no sofá, assistindo tv. Eu nos braços dele, como a cabeça sobre o peito, deitado de bruços e ele me fazendo cafuné. O dia foi ocioso, mas curiosamente eu estava cansado. Acho q assumir algo assim pra minha mãe me fez perder muitas calorias. Acordei, no dia seguinte, sem o Henrique de novo na cama, ja estava acostumado com isso. As únicas vezes em q eu acoradava e ele estava ao meu lado era pq ele ñ iria estudar e/ou residir no hospital. Só q dessa vez, parece q eu tinha dormido demais e vi q estava atrasado pra faculdade. Lembrei do trabalho q o Vagner tinha me ligado pra comunicar. Saí da cama como um louco, tomei banho as pressas, vesti qualquer coisa, peguei umas bolachas na cosinha e pus na mochila. Saí correndo. Quando passei pela portaria o porteiro disse "Bom dia senhor!". Achei aquilo estranho, acho q era pq eu ñ tinha o costume de sair pela porta da frente, sempre saía pelo estacionamneto, mesmo quando tava sem o Henrique. Estranhei tbm o senhor, mas estava atrasado demais para questionar as estranhesas da minha cabeça naquele momento. Parecia q eu estava ha anos fora de casa e q vivia numa outra realidade. Foi uma sensação estranha saber q a partir de agora aquele seria a percurso q eu faria comumente p/ faculdade, era estranho saber q o meu endereço tinha mudado e q eu era orfão d mãe. Subi no ônibus pensando em q grupo social merecia um estudo atropológico mais aprofundado. Devia isso ao Vagner, por ele ter livrado a minha cara no trabalho e por eu ter prometido tbm. Ñ me veio nada, a ñ ser os homossexuais. "Não, isso ñ!", retruquei na cabeça. Me veio os mendigos, as patricinhas, os roqueiros, as empregadas domésticas, mas todos pareciam temas gastos e clichés. "Homossexuais, Benjamim, homossexuais". Desci do ônibus brigando comigo. Cheguei na biblioteca e fui aplaudido irônicamente pelos meus companheiros:

Todos - aê!!! Viva, ele veio
Ana - olha só, me sinto menos pobre agora, ele parece q se importa conosco hahha
B - desculpa aí o atraso

Boa noite Leke!

Começamos a fazer um cronograma do trabalho. Sempre fui bom em ser objetivo e em organizar o trabalho, isso pra mim era moleza, então, logo o esquema estava amarrado...

V - falta o grupo social agora (me olhando)
B - é, eu sei q eu prometi, mas eu ñ pensei em nada (menti)
Clarinha - eu só pensei naqueles q todo mundo faz: mendigos, empregadas domesticas...
A - eu soube q o grupo X vai fazer sobre o pessoal do candomblé
B - poxa! super criativo, da pra fazer um estudo antropologico bem complexo e legal
V - do jeito q vc gosta hein?
B - pois é

Fiquei relutando contra a idéia de fazer a pesquisa sobre um grupo de homossexuais. Eu sabia q poderia ter outras idéias tão boas quanto essa, mas nada vinha na cabeça. O Vagner é especialista em matéria X, os outros nas materias Y, Z's...Eu era especialista nessa e todos sabiam disso e contavam comigo. Apesar da minha mãe já saber, achei q os meus amigos ñ precisavam. O controle sobre esse segredo sempre foi forte em mim. Eu tinha q fazer algo e soltei...

B - homossexuais

Todo mundo ficou me plhando sem entender nada e eu fiquei desesperado por dentro. Mas o Vagner me olhou estranho e disse...

V - vc escolheu isso e ñ foi a toa
B - como assim?
V - vc deve ter uma estratégia
Apesar do pânico q me invadia a alma, eu realmente tinha uma estratégia. Dentro do esquema q eu esbocei, eu poderia dominar qualquer assunto e grupo. Soltei o verbo:

B - então, dentro desse esquema aqui, eu acho q eu consigo desenvolver bem e tal...Tendo em vista a importancia desse trabalho na nota e da complexidade dos outros grupos, acho q deveriamos escolher algo polêmico e q levassem as pessoas a discutirem. Isso põe em xeque as opiniões, praticamente obriga as pessoas a discutirem. Os temas dos outros grupos são bons, de fato, mas esse é muito atual e presente, quem sabe até mesmo presente nas famílias deles. Se soubermos dominar o assunto e passá-lo de forma clara, a gente ganha a maior nota.

Nunca defendi uma idéia com tanto fervor! As palavras pareciam ter sido decoradas para aquele momento...

A - acho q ninguem discorda né?

Diante da minha defesa apaixonada não houve idéias contrárias. Agora só bastava saor em busca de um grupo, "estudá-los" e registrar tudo em palavras e idéias. Eu sentia medo pq sempre soube q os gays têm feeling pra saber quem é gay ou ñ. Pesquisamos sobre alguma associação ou tipo de "ong" que se dedicasse ao assunto. Não imaginava que tinham tantas. Mais surpreendente para mim era o nº de pessoas, homens e mulheres, que se assumiam. De mim, tinham adimiração pela coragem, algo q, se eu pudesse, nunca faria. Tarde demais!


Ligamos para algumas associações, fizemos alguns contatos, principalmente com o núcleo gay na nossa universidade. Universidade Federal tem uma coisa estranha, parece q vc literalmente, dependendo do curso onde vc esteja, lá é uma área onde as opressões conservadoras ñ têm espaço. Mesmo se houver alunos q sejam homofóbicos, racistas, contra algum tipo de manifestação religiosa ou artística, talvez no mundo real, essas pessoas teriam seus espaços garantidos, mas na universidade federal, essas pessoas têm vergonha de ser quem são. Usamos isso a nosso favor, procuramos os núcleos de minorias e fomos bem recepcionados, fizemos um bom trabalho no nosso 1º dia e já deu pra amarrar bem as idéias de pesquisa de campo. Entramos em contato com uma associaçãoq tem muita credibilidade no meio social da nossa cidade e marcamos visita. Fizemos tudo isso sem sair do campus. Depois de tudo decidido, cada um seguiu o seu caminho, mas eu sempre ficava um pouco na biblioteca, então fui pra lá...

Vagner - espera Benjamim, eu tbm vou
Benjamim - cadê a Ana?
V - foi pra casa
B - ta
V - faz um tempo q eu quero ter uma conversa séria com vc
Não. Outra dessa na mesma semana ñ rola! Que mania q esse povo tem de introduzir uma pergunta desse jeito tão angustiante, me causando aflição, deixando um suspense no ar...

B - fala (temendo o q viria)
O Ben casou, que lindo né? Muito fofo, mas por hoje é só.
Até que postei bastante coisa do conto, eu ia parar quando o Rique chega com a aliança, mas resolvi continuar, porque esse papo com o Vagner, pode mudar definitivamente a vida e o futuro do Ben e Rique, então...
Bom fim de semana e aguardem os próximos capitulos kkkkkkk

2 comentários:

Anônimo disse...

Ola, não querendo ser repetitivo aos outros posts mas tb achei o site por acaso e voltei ao inicio para ler o conto imaginando que seria apenas mais um na net. Mas a partir dai realmente me senti tocado com a historia e com o Benjamim, a cada nova reação dele fico impressionado com a semelhança com a maneira como reajo ou penso (mesmo que inconsientemente), semelhanças no medo de me espor,na muralha erguida em volta de mim como zona de conforto para proteger meu segredo, no medo que descubrão, na blindagem dos sentimentos que desde a infancia desenvolvemos e em tantos outros momentos relatados.O Ben é alguem que não conheço mas que ja me parece tao intimo e presente como um amigo real. Mesmo sem conhece-lo e sem saber o final da historia fico feliz por ele e pelo Henrique e por tudo que tem juntos. Quanto aos outros comentarios fica evidente o quanto apesar de sermos todos gays somos diferentes, agimos, pensamos e aceitamos essa condição de forma diferente uns muito mais facilmente outros como eu e o Ben de forma muito mais dificil e sacrificada, e que nada tem a ver com a dependencia financeira exclusivamente e sim muito mais a ver com nossa cabeça e nossos medos mais intimos.
Tudo isso, só me faz pensar que sim, somos iguais, mas somos todos diferentes sejamos heteros ou gays e como seria bom se isso fosse compreendido e respeitado.
Um forte abraço e nao deixe de postar pois ja sinto falta da atualização do site que espero com ansiedade sempre.

Juliano disse...

Rafa do céu, que conto é esse rapaz!!! Você sabe que eu adoro o conto, adoro o Ben e sou apaixonado pelo rique (quem nao é?), mas esse conto mexe demais comigo, conosco, e eu só tenho a agradecer a vc e ao Ben, por nos contar a história dele de maneira tão bonita e sem preconceitos. Achei tão bonitinho os dois casando, me emocionei aqui, e acho que vou me emocionar quando o Vagner ficar sabendo, pois acho q ele vai ser mais um ponto de apoio pro Ben. E rafa, poste sempre e muito, hehehehe. Sobre a resposta ao meu comentário, isso mesmo amigo, sou homem mesmo, hehehe JulianO!!! Sobre a genética que vc citou, nao sei se te disse, acho que sim, eu sou Geneticista, e posso te falar, que com certeza a genética está envolvida na homossexualidade, mas não é a única coisa não. É sabido que tudo no nosso organismo existe a combinação de 2 fatores: genética + ambiente. Eu não tenho dúvidas que a genética é um fator importante na homossexualidade. Tenho um amigo que tem 5 irmãos, e com ele sao 4 homens e 2 mulheres, destes, 3 sao gays (2 homens e 1 mulher), e cada vez descubro mais casos assim. E sobre conversar com o ben até as 3 da manha, eu faço idéia, pq ele é uma pessoa extraordinaria mesmo, fora do comum. Vc mandou meu beijo pro joao? Se nao manda dois, se sim manda outro, hehehehe. Um outro pro paulinho e love, e um especial pra vcs dois, muito muito especiais mesmo, Ben e vc Rafa. Nao desanima nao, amigo!!!!!!!!!!