Gente, seguinte, como perceberam, tenho deixado todos na mão com as postagens, mas têm motivos, não vi muito acesso ao site, por isso não tenho postado mais, e depois, tenho andado meio atolado, então, ao menos por hoje vou responder aos comentários e postar mais um pouco do Médico, depois só semana que vem, e prometo fazer postagens melhores, estou com alguns links de ensaios maravilhosos para mostrar a vocês.
Juliano disse...
Amigos, obrigado mais uma vez pelo conto, pelas fotos, enfim, pelo Blog. O conto tem mudado bastante, mas percebo que é pra melhor, vendo o Ben crescendo tanto. Infelizmente às vezes temos que sofrer bastante pra crescer... continuo esperando um final feliz pro Ben, mas agora sem o Henrique, pois apesar de ter um certo tipo de pena dele, ele ainda tem que crescer bastante.... Rafa e Paulinho, sempre bom conversar com vcs... Bjao pra vcs dois e outro pro Ben...
Reposta: Pena? Quem tem pena é galinha, ele foi um crianção e se fu... colheu o que plantou, agora é só chorar heheheh
Leandro disse...
Querido Rafa, espero encontra-lo pra outro papo novamente, quanto aos flagras, vou te contar, vc não é mole não, com 13 aninhos, já bem espertinho rsrsrs, bjão.
Reposta: Lê, sabe, fazia as coisas sem pensar, hoje em dia ao lembrar de coisas que já fiz, me dá uma vergonha tão grande, tão gigante, que chega a ser engraçado.
O Médico - Parte 31
Eu fui colocar as coisas no meu armário, no vestiário, nem tive tempo de conferiri se tava tudo nas sacolas. Voltei pro salão e fui nesse rítimo até as 1h30min da madrugada. Voltei todo moído pra casa. Tomei um banho, vesti uma cueca limpa e fui pro quarto. Quando entrei, dei de cara com as sacolas q o Vagner tinha trazido. Elas eram pretas, será q era um sinal? Ñ resisiti e me protifiquei a olhar tudo. Lá estavam todos os meus livros, anotações, minhas poesias, roupas, 2 tênis (um eu uso até hj) e um bilhete!
***************************** CONTINUANDO ******************************
Era dele. Ele tentando se comunicar comigo, falar alguma coisa. O papel estava dobrado. Tive medo de abrir. Foi com muito pesar q acabei abrindo e lendo:
"Nunca pensei que eu pudesse amar alguém como eu te amo. Nunca jamais sonhei que pudesse encontar alguém que me completasse tanto. Nunca achei que pudesse me entregar para alguém de tal forma que o meu corpo se sentisse dominado por esse sentimento. Nunca me senti tão tomado. Nunca pensei que pudesse sentir algo tão forte. Nunca pensei que alguém pudesse se tornar a minha vida. Nunca achei que pudesse fazer amor da maneira mais intensa e sentir as minhas sensações roubadas por um beijo.
Pois é Benjamim, nunca pensei que pudesse amar alguém como eu te amei, não achei que seria possível. Mas eu te amei da maneira que pude e da maneira mais verdadeira que você possa imaginar. Posso não ser perfeito, mas tudo o que fiz era em verdade, tudo o que te disse não era mentira. Tudo o que vivemos juntos era amor do mais puro.
Assim como nunca pensei amar desse jeito, também nunca sofri tanto por causa de um abandono. Você me pediu obrigado por fazer de você um homem...
o que eu tenho pra te dizer é que o que mais desejo agora é te esquecer. Esta carta breve é para te dizer adeus. Não vou embora da cidade, tampouco do país, só quero que os nossos caminhos não se cruzem jamais.
Nunca pensei que pudesse me decepcionar tanto
Te amei da maneira que pude. Ao menos tenha consciência disso.
Henrique"
Era fato: eu ainda o amava. O que eu poderia fazer? Se amor se escolhesse... Eu tremi lendo aquela carta e imaginando a voz dele dizendo aquilo pra mim. Aquelas seriam as últimas palvras q eu "ouviria" dele. Meu coração disparou e eu sentei na cama, na verdade, eu caí na cama. Ñ podia crer no que ele me escrevia. Ele declarava todo o seu amor e sofrimento. Eu sei q muitos de v6 me acham bobo por ainda dar créditos a ele, mas é q eu ficava pensando na barra q ele sofria, ele ñ conhecia outro modo de vida se não a das aparências. Era difícil pra ele tbm. Mas doeu muito ler q ele estava tentando me esquecer e q ñ queria me ver nunca mais. Eu quem deveria estar escrevendo isso. Me senti muito triste, tudo acabou de uma maneira tão feia e suja comparada com a maneira como tudo havia começado. Ele era o homem que todo mundo gostaria de ter, ele era o namorado q todo mundo gostaria de apresentar a mãe (claro, se essa mãe ñ fosse como a minha). Ele era tudo pra mim. Eu tbm nunca havia sentido algo parecido. Era triste e os meus olhos exteriorizaram essa tristeza. Eu chorei muito naquela noite e como de costume, como eu fazia quando ainda ñ tinha conhecido o Henrique, quando eu era a represão em pessoa, eu chorei e abafava os gemidos no travesseiro. Aquilo me fez lembrar da época em q eu ainda me perguntava o pq de eu sentir atração por homens, mas agora eu chorava por ter perdido um.
Acordei decidido a procurá-lo. Eu iria de todo jeito. Ñ importava as humilhações, eu ñ tava nem aí. Eu ja tinha perdido o controle sobre a minha vida fazia tempo, tudo o q eu mais queria agora era a felicidade de volte e eu sabia q só a teria ao lado do Henrique. Acordei cedo, tomei café rápido e me decidi almoçar na faculdade depois de encontrar com o Henrique. Fiquei na frente do prédio de medicina esperando. Eu sabia q ele ia demorar pq afinal eu tinha ido cedo e ele só chegaria umas 13h30min. Eu vi o carro dele de longe. Fiquei de pé, esperando ele descer. Uma porta do carro dele se abriu e lá estava ele, eu só ñ esperava q a outra porta tbm se abrisse. Sim, era ela. Ele estava com ela ainda. Quando ele me viu, fez uma expressão de susto, mas logo voltou a sobriedade. Ela era bonita, uma concorrente cruel. Ele se agarrou a cintura dela e veio na minha direção. Engoli seco a saliva...
Henrique - oi Benjamim
B - oi
H - deixa eu apresentar a minha namorada, Débora
Débora - prazer (me dando dois beijinhos)
B - prazer
D - eu axo q já ti vi em algum lugar
H - foi amor, vc o viu naquele restaurante q a gente almoçou
D - ah é mesmo
B - pois é, agora eu trabalho lá
H - então vc realmente optou por isso ñ é?
B - sim
Arrependimento mata? Se a resposta for sim, eu ainda estou morrendo, as doses desse veneno chamado Arrependimento são homeopáticas...
H - amor, vai indo pra sala q eu ja ja chego
D - ta bom! (deu um beijo nele e eu tive q ver a cena se repitindo, ainda parecia traição)
B - então agora ela é seu amor
H - o q vc quer aqui? Recebeu o meu recado?
B - sim
H - então pq veio?
B - pq achei q ainda houvesse caráter em vc
H - a minha proposta ainda ta de pé
B - de eu virar o seu amante em tempo integral? Ñ obrigado, eu me esqueci por alguns minutos q tenho amor-próprio, mas vc me lembrou q ele existe
H - então é melhor ñ nos vermos mais, isso só piorará as coisa (tava quase chorando)
B - pior do q está? Será possível?
H - por via das dúvidas, é melhor ñ nos vermos mais
B - concordo plenamente
Dei as costas e saí...
H - BENJAMIM! (gritou)
Olhei pra ele e a cara dele parecia desesperada...
H - NADA Ñ, ESQUEÇA
Eu queria morrer naquele instante, sumir e nunca mais ser visto. Eu fui chorando pro restaurante self-service da faculdade e as pessoas ficavam me olhando. Eu ficava na fila soluçando e as lágrimas caiam no prato. Algumas pessoas me perguntavam se eu estava bem e eu só dizia sim com a cabeça. Comi tudo e fui embora pra sala. Fui o 1º a chegar, sentei no fundo e fiquei de cabeça baixa. Foram chegando os colegas, mas os amigos mesmo ainda ñ. Quando o Vagner chegou eu fui correndo em direção a ele e o puxei pelo braço. Fomos para o banheiro masculino e conversamos:
V - pq tu fez isso Benjamim? Esqueceu o q ele te fez? (me dando uma bronca)
B - desculpa
V - ñ precisa pedir desculpas, peça desculpa para a sua alto-estima
B - mas eu precisava falar com ele
V - e foi bom? me responde, foi bom?
B - pelo menos serviu pra eu me decidir de vez por deixá-lo
V - pelo menos isso né? Ele ainda ficou dizendo ontem a noite q ñ ia me deixar levar as suas coisas pq tinha esperança de vc voltar, mas claro, nas condições q ele impôs
B - e como vc conseguiu fazer com q ele deixasse vc levar as minhas coisas?
V - disse a ele q vc tinha outro
B - O QUE? VC TA LOUCO? POR ISSO Q ELE VOLTOU COM ELA, POR ISSO ELE DISSE Q VAI TENTAR ME ESQUECER, AI EU Ñ ACREDITO Q VC FEZ ISSO
V - hã? Vc quer rastejar como um cachorrinho pra ele? Ótimo, faça isso, mas ñ conte mais comigo seu viadinho de merda
Ele saiu do banheiro furioso e bateu a porta. Eu tbm estava furioso, como ele teve coragem de fazer isso? Só por causa disso talvez o Henrique tenha feito o q fez. Decidi mais uma vez e atras dele, mas dessa vez eu liguei. Liguei imediatamente. O telefone tocava e ele ñ atendia. Insisti. Insisti várias vezes até q ele atendeu...
H - o q vc quer?
B - me responde uma coisa, se vc soubesse q eu ñ estou com ninguem vc teria feito o q me fez hj mais cedo? Pq era mentira do Vagner, ele disse isso só pra te convencer a levar as minhas coisas da sua casa e eu só soube disso hj
H - ñ
B - hã? ñ entendi
H - eu ñ faria nada diferente, quero mesmo te esquecer
Fiquei um tempo estático com o telefone no ouvido, sem acreditar no q eu tava ouvindo pq tinha certeza d q ele só tinha feito o q fez por causa da mentira do Vagner. Me enganei...
H - alô? alô?
Desliguei. Está comprovado: eu sou um babaca!!!
Ñ tive coragem de voltar pra sala e encontrar o Vagner. Eu estava sendo um babaca com alguem q só me fez bem. Fiquei no hall do meu prédio e totalmente sem chão. A aula acabou e era o intervalo, todo mundo começou a sair da sala e a Ana veio falar comigo...
Ana - o q aconteceu q o Vagner chegou raivoso la na sala?
B - eu, Ana, eu q sou um idiota!
A - mas o q foi? (expliquei tudo) Nossa! Entendo, quer q eu converse com ele?
B - ñ, deixa, é melhor assim, eu ja aluguei o Vagner demais
A - mas ele gosta muito de vc, vc é como o irmão mais novo dele (o Vagner havia perdido um irmão por causa de um câncer) eu até desconfio q ele seja gay e q v6 tão de caso de tão grudados q v6 andam
B - (soltei um sorrisinho meia-boca) pois é, e eu fiz o q fiz com ele, é melhor deixar como ta
Nesse momento o Vagner ia descendo as escadas e gritou pelo nome da Ana. A Ana por sua vez chamou ele pra junto da gente. Ele ñ quis, ela insistiu, ele ficava resistindo e ela chamado mais, até q ele veio com a cara amarrada e eu todo envergonhado...
V - pq ta me chamando?
A - façam as pazes agora
V - ñ faço as pazes com a migo falso
B - desculpa Vagner é q eu tou maluco com essa situação
V - sei...(irônico)
A - vc tbm ñ fica atras, vc chamou ele de "viadinho de merda", isso é coisa q se diga?
B - tudo bem Ana, eu mereci
V - mereceu?
B - ele ñ vale nada, Vagner, agora eu sei
Ele ficou me olhando e eu de cabeça baixa quase chorando. Ele tinha o instinto resguardado de irmão superprotetor e eu era o moleque frágio...
V - ta, tudo bem, ta perdoado
O Giordano virou uma casa de shows nos finais de semana e como lá só ia a elite, o local começou a bombar rapidamente. O Giordano fazia sucesso e o seu Amilton, a cada dia, depositava mais confiabça em mim. As pessoas ñ são garçons, elas estão garçons, ou seja, garçom sempre é um emprego temporário, a maioria das pessoas q trabalhavam lá iam embora em 5 meses no máximo. Já eu ia ficando e com essa permanência, eu ja tinha ganho 2 aumentos de salário e o cargo de coordenador do corpo de garçons. Eu era quem iniciava os garçons no restaurante (nossa, agora q eu percebi como isso ta dubio, tipo: eu coordenava o CORPO de garçons e INICIAVA oa garçons... hahahahahahahahahaha super duplo sentido) Continuando, eu tinha ganhado respeito dentro do Giordano e estava começando a gostar do meu trabalho. Até q um dia desses o seu Amilton contrata um novo garçom. Alto, ñ muito forte, mas tbm ñ era magro, cabelos negros, lisos e compridos até os ombros, ombros largos, olhos castanhos e um cavanhaque desenhado no rosto...
Sr. Amilton - Benjamim, esse é o Érique (putz, quase Henrique) é o novo garçon, apresenta a ele os aposentos, como é q tudo funciona e dá um uniforme do tamanho dele
Érique - oi, prazer (me estendendo a mão)
B - prazer, venha comigo
Apresentei o restaurante ao Érique como a qualquer outro garçon, até pq, para mim, ele ñ era mais nada que um novo companheiro de trabalho. Apresentei-lhe o salão, o bar, os ambientes dentro do Giordano, a cozinha e o vestiário. Dei-lhe um uniforme de seu tamanho e dei algumas recomendações. Perguntei se ele tinha prática, experiência nesse tipo de trabalho e ele me deu um "Não" de forma indiferente, mas não me encuquei com isso, até pq a única coisa q me interessava ali era o profissionalismo. O que me chamou a atenção no Érique era como ele fazia questão de mostrar nas expressões faciais de que ele não estava nada satisfeito com tudo isso. Parecia que ele estava ali obrigado, como um garoto que vai cortar o cabelo com aquela cara emburrada. Ele parecia um menino birrento, mas escutou tudo com atenção e não questionou nada. Era manhã e a minha faculdade era a tarde. Do restaurante, fui para lá. Encontrei os amigos, assiti aula normalmente e percebi q o pessoal tava mais próximo de mim, adivinhem pq: Lembram q eu disse q o Giordno tbm tinha virado uma casa de shows nos finais de semana? Pois é, a galera tava no maior ti-ti-ti pra poder ir pras noites de lá, não se falava outra coisa na cidade se não no sucesso e na playboyzada que ia em peso. Com o tempo, as bandas locais mais executadas nas rádios estavam marcando presença por lá e os djays mais famosos também. Eu sempre gostei muito de música eletrônica, mas nunca dava tempo de curtir um pouco.
O meu primo homofóbico e super galinha (lembram dele?) tinha uma banda de pagode. Eles tocavam bem, tinham o seu valor. Mas como eu ñ me dava bem com ele e ñ por culpa minha, nunca fui a uma apresentação dele. Uma vez, ele teve a coragem de vir pedir a minha mãe pra ela falar comigo pra eu falar com o dono do Giordano pra q a banda dele pudesse tocar lá. Ou que ao menos o escutassem e, se eles gostassem, a banda poderia ficar fixa na casa. Como a minha mãe achava q esse era o tipo de modelo masculino q eu deveria ser, ela me pediu para q eu fizesse isso. Resisti muito, é claro q eu ñ queria fazer isso e depois como é q a pessoa tem essa cara de pau de pedir algum favor depois de tudo q ele me fez? Minha mãe insitiu, insistiu e eu, com a minha besteira, concordei. Falei com o seu Amilton e ele concordou em ouvir. Ele gostou e disse q eles tocariam uma noite, se o publico gostasse, eles tocariam mais vezes, mas nada de ficar fixo. Quando a família soube da notícia, fizeram uma festança pra comemorar e a mãe dele (minha tia) me ligou convidando para ir comemorar junto. É claro q eu ñ fui. Dei uma desculpa e me livrei da hipocrisia familiar. Outras coisas tbm estavam acontecendo: a mulher do meu chefe, como ñ fazia nada o dia todo (além de comprar roupas) inventou de abrir um buffet. Na época era "moda" que as socialites da minha cidade fizessem isso para mostrar q elas ñ eram donas-de-casa entediadas. Então ela abriu o negócio e como ñ fazia idéia de como prosseguir, pediu ajuda ao marido q me contactou para ajudá-la. Como eu era o coordenador do corpo de garçons do restaurante, ocupi o mesmo cargo no buffet e muitos dos garçons do restaurante trabalhavam de bico no negócio.
Numa dessas festas para a alta-roda organizadas pelo buffet, eu tive q coordenar o corpo de garçons e ajudar em algumas atividades básicas: uma delas era a arrumação de guardanapos de pano. Odiava mortalmente isso! Enquanto os garçons arrumavam as taças, davam brilho nas bandejas de metal, eu e o Érique ficamos sozinhos em um dos ambientes do Giordano dobrando guardanapos. Eu fiquei de costas pra ele e continuei dobrando. De repente...
Érique - Benjamim, vc é gay né?
Eu parei de dobrar o guardanapo na minha mão, franzi a testa de nervoso e me virei...
Benjamim - pq vc ta perguntando isso?
É - pq eu acho q vc é
B - ta achando errado
É - será? Eu acho q ñ
B - nossa! Quantos guardanapos na sua mesa... vc ñ acha q tem muito o q fazer ñ ao invés de estar importunando os outros?
É - desculpa, ñ fiz por mal, eu só desconfiei
B - pq vc ñ volta a dobrar?
Eu voltei a dobrar de costas os meus guardanapos e fiquei pensando se eu dava tanta pinta assim. Eu nem era afeminado e as pessoas só desconfiavam de mim algum tempo depois. Eu ñ gostei do tom q ele usou nem do rumo da conversa...
É - eu só perguntei pq vc me pareceu gay, ñ q vc quebre a mão, mas, sei lá, ñ fiz por mal
B - os guardanapos estão esperando
É - Benjamim...?
B - .........................................
É - Benjamim...? olha pra mim!
B - cara, a festa é hj a noite, para de me perturbar e volta a dobrar isso
É - eu só queria te dizer uma coisa:
B - agora ñ
É - mas...(interrompo)
B - não e vê se volta a dobrar
Eu me virei de novo pra minha mesa, deixando-o para atrás. Uns minutos depois, ele fala:
É - eu sou gay, Benjamim
B - (me viro) hã?
É - é isso q vc ouviu
B - pq ta me contando isso?
É - pq confio em vc
B - mas a gente nem se conhece, nem somos amigos, ñ tivemos chance de nos falar a ñ ser sobre trabalho, pq vc confia em mim?
É - confio pq vc é gay
B - eu ñ sou gay
É - vc é gay sim, só ñ quer admitir pra mim
B - vc agora tem um Gayômetro?
É - ñ, tenho um sentimento em relação a isso
B - os guardanapos tbm tem um sentimento, mas é a vontade imensa q eles têm para serem dobrados
É - hahahaha é impossível manter uma conversa séria com vc
B - jura? Pq vc ñ tenta conversar com os guardanapos enquanto dobra-os?
Dobrei os meus rapidamente e segui pra cozinha pra colocar os guardanapos numa caixa q iria para o local da festa. Fui ajudar os outros garçons e vi q muito tempo depois apareceu o Érique com os guardanapos e colocou-os na caixa. Ele saiu com um cara emburrada, ñ me importei. Depois de um tempo...
B - Vitor, vc sabe alguma coisa sobre o Érique?
Vitor - q tipo de coisa? Só sei q ele é garçom como a gente
B - ta!
V - eita, tem um boato dele q rola por ai
B - qual?
V - dizem q ele é filhinho de papai e q ta trabalhando aqui pq ele saiu embriagado com o carro e atropelou uma senhora e uma cadela embuxada. A velha ficou com a perna quebrada, mas a cachorrinha morreu com os fetos expostos. Eca! hahahahaha deu no jornal e tudo, vc ñ viu ñ?
B - ouvi falar (o Vagner tinha falado algo sobre uma cachorrinha grávida atropelada)
V - saiu no jornal: "Filho de empresário atropela senhora e mata uma cadela" hahahahaha coisa ridícula. Mas me disseram q ñ é a 1ª q ele apronta, vc sabe esse povo q tem dinheiro acha q é o dono do mundo! Ai, essa foi a gota d'água e o pai do Érique é amigo do seu Amilton e pediu pra ele sar um emprego aqui pra dar uma lição nele. Vc acha q isso tem jeito? hahahaha Conheço esse tipo de gente, quando sair daqui... ja viu né?
Já vi sim, conheço muito bem esse tipo de gente. Na verdade, amei um cara assim. Eu nem notava o Érique no restaurante, pra mim era um garçom como outro qualquer. Mas depois do que ele me disse e do que eu soube dele, ñ tinha como eu ñ notar. Fui criando um "odiozinho" dele pq tudo nele me lembrava o Henrique: o nome parecido, o jeitinho birrento, o modo desafiador de falar comigo, os lábios do mesmo tamanho, o jeito de andar e de se comportar e, acima de tudo, a arrogância. Eu comecei a chegar mais cedo no restaurante só pra vê-lo. Fazia tempo q ñ tinha notícias do Henrique e nem queria, ainda estava chateado depois de tantos meses. A única coisa q eu sabia e via (infelizmente) algumas vezes era q ele ainda estava namorando a Débora. Segui com a minha vida. Um sábado qualquer, teve aniversário da única prima q eu gostava pq foi a única q ficou ao meu lado e por mais q a família em peso fosse, eu devia gratidão a ela e fui tbm. Dei os parabéns, comprei um cd q ela tanto queria e fiquei um pouco na festa que estava animada. Levei o Vagner e a Ana pra me fazerem companhia e ai eu ñ fiquei tão sozinho. No final das contas foi legal, só os constrangimentos de ficar e as vezes até se olhar eu e o meu primo galinha. Agora ele me devia a vida e ficava com vergonha de agradecer (até hj, a única coisa q recebi dele foi um "obrigado" pelo telefone). Mas eu ñ me importava, eu queria mais era q ele se... Era bom saber q ele sentia q me devia e q ficava com vergonha sempre q eu estava proximo. Até a mãe dele (minha tia) ficava cheia de paparicos pro meu lado pq eu finalmente tinha tirado o filho vagabundo dela das ruas).
A situação em casa tava cada vez mais insuportável. Era impossível conviver com a minha mãe. Por mais q eu me esforçasse, ela simplesmente ñ dava a minima e ainda fazia questão de piorar mais as coisas. Uma vez o Hamilton, namorado dela, me pediu pra eu levar o filho dele de 15 anos pra escola nova pq eu sabia onde era e tbm pq era caminho da faculdade. A minha mãe fez o maior escândalo e, na frente do garoto, disse q o Hamilton tava louco e q, com esse pedido, ele tava pondo em risco a sexualidade do moleque e q era arriscado eu comrrompê-lo. Pra mim foi a gota d'água. Saí de casa, mas não queria ir morar com o Vagner e família dele. Eles são legais e tal mais odeio sentir q estou sendo inconveniente. Então, fiquei de juntar uma grana pra dar entrada numa casinha perto do centro q fiquei de olho e que o aluguel era super barato, mas a entrada era salgada. Então eu decidi q, às escondidas, eu iria dormir no Giordano, pq, como durante a semana era eu quem fechava, eu iria dormir lá sem q o seu Amilton soubesse. Dormia debaixo do balcão. Fiquei lá por umas 3 semanas e, como ñ pagava água, luz, telefone, deu pra economizar legal. Mas eu ainda estava na última semana de "ocupação" no restaurante quando surge uma festa organizada pelo buffet da mulher do meu patrão e eu fui coordenar. A festa era de um industrial da minha cidade, um ricaço q já se candidatou a deputado estadual e federal várias vezes e sempre ganhava (sabemos pq ele ganhava ñ é mesmo?). Todos as pessoas de "boa família" estavam lá. TODAS!
Eu estava servindo tranquilamente quando vejo um grupo de jovens q eu achei familiar. Mas continuei servindo. Quando me pedem pra eu ir servir mais próximo do jardim, que era onde esse grupo se encontrava, via alguns amigos do Henrique mas ñ o vi. "Menos mal", pensei. Mal sabia eu q o grupo era imenso e q ele estava junto desse pessoal só q eu ñ o tinha visto ainda. Quando eu fui chegar próximo pra servir, dei de cara com ele. Tomei um susto mas ñ deixei transparecer. Um gay acostumado a disfarçar conhece os truques para fazer uma boa interpretação. A vida dupla nos faz aprender a moldar o nosso jeito de ser e q, por bem ou mal, acabamos ñ deixando q o outro ao nosso lado saiba quem somos. Mas o Henrique ñ sabe enganar. Eu vi a cara q ele fez quando percebeu q era eu. Ele tomou um susto de início, depois começou a me evitar na roda e a fazer cara feia pra mim. Ele estava com ela e estava mais lindo do q nunca. Ele tinha cortado um o cabelo e deixado a barba crescer um pouco e isso deu ares de homem a ele, embora eu soubesse q a maturidade ñ fosse o seu forte, atraves desse ato de me evitar, deu pra notar q em todos esses meses ele ñ havia aprendido a ñ ser tão mimado e a ñ ser tão infantil. Só por deboche, eu ficava servindo lá direto. Eu arrebitava o nariz, levantava a cara e ele ficava inquieto a cada chegada minha. As pessoas ñ notavam pq ñ iriam notar certos comportamentos de qualquer pessoa durante uma festa dessas e mesmo q notassem ñ associariam q isso era por causa de um garçom e nem imaginariam q o Henrique era gay e apaixonado (ou ñ) por esse mesmo garçom. Mas eu sabia e era o suficiente para me dar prazer em importuná-lo.
Eu ia pra cozinha, morria de rir e voltava sério e sóbrio pro salão. Teve uma hora q ele ficou tão impaciente q foi na cozinha, passou por mim e me puxou discretamente para um local afastado, perto das caixas de bebidas...
**************** CONTINUA **************************
Meus amores, por hoje é só, postei muito sobre o conto, acho que posso ficar uma semana sem postar o Médico hehehehhehe, me matam hehehehhe, vou tentar postar no sábado ou domingo. Pois bem, começou oficialmente a nova fase Benjamim, novos personagens, ai ai ai ui ui kkkkkkkkkkkkk
5 de dezembro de 2008
O Médico - Parte 31
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5 comentários:
Rafa e Paulinho.... saudade de vcs... qq dia desses a gente se encontra e conversa bastante, ok? Rafa, eu acho q as visitas do blog diminuiram pq as postagem diminuiram.... isso é um ciclo amigo.... se quer mais visitas, é só postar mais, hehehehehe. Sei q tenho interesse nessa maior frequencia de postagens, principalmente devido ao Conto, mas pode ser postagens de outras coisas tb, hehehe. Um bjao a todos vcs...
Opa! o conto continua ótimo, e minha passagem por aqui é contínua! porém, caso vcs fizessem postagens programadas, a frequência nao diminuiria, já que quando nós entrassemos aqui, teria algo novo pra ler! agora quando a postagem não é constante, desanima o pessoal, por mais boa que a história seja!
Obrigado.
Concordo com o Anonimo de cima.
Eu tava lendo um capitulo por dia.
Terminei ha algumas semanas e, como nunca sei quando vai ter outro, acabo desanimando de ver sempre a mesma tela.
Acho que você deveria postar 3 vezes por semana.
Ah! E obrigado por ter tirado a radio.
Abração!
Outra coisa: Quantos anos tinha o Benjamim quando aconteceu isso e quantos anos ele tem agora?
Observem o jeito que ele escreve.
Se ele falava exatamente como está escrito, é impossível que as pessoas não percebiam que ele era gay. O cara é muito melodramático, mas eu gosto do conto.
:p :p :p
Oi Rafa, Paulinho... blz? Bem, como vcs sabem, concordo e discordo doa anonimos, hehehehe. Eu acho q o mais importante de tudo é nao ser escravo do blog, postar quando der vontade e tal... pq no fundo, a gente percebe quando é uma coisa gostosa e natural e quando é forçada (teve algumas postagens recentes que foram bem forçadas, né rafa?). Entao amigos, postem quando tiverem tesao pra postar, pq aí sim a gente lê e adora o que está escrito. Só acho errado reclamar depois que as visitas diminuiram... Inclusive acho que vcs podem fazer esse ciclo fluir a seu favor... postem mais, mais visitas acontecerao, vcs ficarao empolgados a postar mais e assim por diante. Se o interesse seus é um maior número de visitas, vcs sabem o que fazer... Se o interesse de vcs é ter um espaço pra poder "conversar" com as pessoas, continuem assim, pois da minha parte, eu adoro "conversar" com vcs e visito o bog todos os dias pra ver se vcs "falaram" alguma coisa nova. Bjao a vcs dois..... saudades
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