Olá galera, mais uma vez não vou fazer grandes postagens, to gripadão, minha cabeça está doendo, mas não podia deixar vocês mais tempo sem este conto maravilhoso. Quero agradecer a duas em especial, JulianO rs e Adriano, vocÊs são super fofos, muito divertidos e Caju, obrigado pela preocupação, mas é aquilo mesmo que te disse, pelo menos até agora rssss
O Médico - Parte 11
H - Pai, mãe, esse é o Benjamim
B - oi (nem eu mesmo ouvi o meu cumprimento)
Mãe, Edna - então esse é o famoso Benjamim?
B - famoso?
M - ah, vc nem sabe o quanto (realmente ñ sei mesmo)
Ela se levantou e me deu 2 beijinhos no rosto e tornou a sentar. O pai, Henri, ficou me olhando e só se levantou quando...
H - pai, esse é o Benjamim, Benjamim, esse é o meu pai
Pai, Henri - prazer, Henri (apertou minha mão) sente-se!
Sentamos um do lado do outro e os dois ficaram nos olhando. Tava ficando constrangedor, ninguem iniciava conversa ou puxava papo. Mas aquele q eu mais temia, parece q tinha ouvido os meus pensamentos:
P - então Benjamim, o Henrique nos disse q vc ñ quer se assumir...
B - ñ tenho coragem
P - vc deve ñ estar ñ muito a vontade aqui!
B - estou mais pq v6 (eu deveria ter dito "os senhores" eu pensei) são os pais
M - os sogros haha (risadinha leve, pra discontrair)
P - mas vc ñ acha q um dia vc vai ter q fazer isso?
B - espero q esse dia ñ chegue tão cedo
P - Hentique fala muito d vc, ñ q ele tenha me dito isso, mas ele fala de um jeito como se quisesse passar o resto da vida com vc...
H - e quero (interrompe o pai e faz algo q me fez corar de tanta vergonha: me beija)
P - pois bem, vc ñ acha q ja esta na hora de ir pensando nisso, Benjamim?
B - eu ñ sei
P - quando o Henrique nos contou, nós ñ acreditamos, pensamos q era uma fase, mas com o tempo nós não só começamos a perceber q era definitivo, como tbm o Henrique nos mostrou q é normal e q é como o sentimento do hetero. Se assim for, vc ñ acha q esse segredo ñ vai, ou pelo menos ñ deve durar muito tempo?
B - bem...(Henrique interrompe)
H - mas p/ isso ñ tem tanta pressa assim pai, eu sou o 1º namorado dele, na verdade eu sou o 1º homem com quem ele ja teve contato e antes de mim ele tinha feito uma promessa pra si mesmo de nunca assumir e de nunca se envolver com homem algum... bem, pelo menos ele ja está se encontrando, ñ ha pressa pra assumir
M - Henrique disse q vc faz Serv. Social
B - pois é
M - eu sou formada em serv. social tbm, mas eu ñ gostei muito da área e entrei em direito (ela é advogada hj)
B - nossa...legal
P - mas eu imagino como vc deve ta preocupado (mas uma vez o papo de assumir) mas ñ se preocupe (nesse momento, a empregada entrava pra deixar 1 bandeja) ninguem saberá q vc é gay!
Eu pensei: "Claro q ninguem vai saber. Só eu, o seu filho, a sua esposa, o senhor e a sua empregada. Pra quem nunca iria assumir, acho q ja tem gente demais sabendo o senhor ñ acha? Henrique me falou algo sobre outdoor, mas a internet é um bom meio de divulgação em massa hj em dia!". Mil coisas passavam na minha cabeça, será q essa mulher ja me viu ou me conhece? Conhece a minha mãe ou um primo meu? Mora no mesmo bairro? Amanhã mesmo nós vamos ser apresentados por algum amigo em comum e ela vai dizer "Ah, vc é o Benjamim, o namorado do filho do meu patrão, lembra de mim?". O resto do papo era só isso q eu dizia: "Nossa!", "Q bom", "Tbm gosto", "é", "ñ, obrigado", "tbm gostei"...Fomos almoçar. Os pais do Henrique foram na frente e nós, atrás...
H - td bem? (cochichou)
B - uhum!
Sentamos e comemos. Conversamos sobre várias coisa: o clima, política, como tinha sido a viagem, será q a irmã + nova do Henrique almoçaria em casa. Os empregados iam e viam. Traziam porções de alguma salada ou sobremesas... Henrique estava empolgado pq tudo estava dando "certo". Ele ficou tão feliz aquele dia. Apesar do risco, valeu a pena ter ido, a felicidade dele pra mim ñ tinha preço e ele nunca esteve tão sorridente. Eu só ñ gostava quando ele inventava de me dar selinhos na frente dos pais dele. Pros pais dele isso era normal, ñ era a 1ª vez q o Henrique trazia um namorado. Mas deu pra perceber pelo falar da sogra q eu era O namorado. Eu gostei muito da minha sogra, super simpatica e atenciosa. Era como uma mãe satisfeita com a escolha do filho, era como um "Está aprovado para casar!". E assim foi até umas 17hs e logo em seguida nos despedimos, com pendência de outras visitas, e o Henrique me levou pra casa.
Quer dizer, me deixou num ponto afastado...
H - tou tão feliz q vc conheceu meus pais
B - percebi
H - agora ñ falta mais nada!
B - é?
H - é, eu ñ posso dizer pra vc assumir, o maximo q eu posso fazer é vc conhecer os meus pais e isso eu ja fiz
B - hum
H - e vc, ta feliz?
B - seu pai ñ pensa como vc
H - ele quer o meu bem, ele ñ acha saudavel essa sua resistência
B - pq ele ñ fica no meu lugar?
H - hã?
B - desculpa, ñ quis ofender, mas ele falou como se fosse simples, como se fosse assumir q roubou 10 reais de alguém
H - ñ foi isso q ele quis dizer, ele só quer q vc tenha consciência d q vc ñ deve passar a vida toda se escondendo, isso ñ é bom
B - ñ serei o 1º e nem o ultimo a fazer isso, além do mais, ele ñ mostrou muito respeito pela minha decisão, falou q eu era gay na frente de alguem q eu nem conheço, alguem q pode conhcer a minha familia e eu nem saiba
H - quem?
B - a moça q trabalha lá
H - a empregada?
B - é
H - hahahaha q besteira
B - besteira pq? agora ela sabe q eu sou gay!
H - ela tbm ñ vai sair por ai espalhando ñ!
B - ñ faria isso de propósito, mas diria a alguem como quem ñ diz nada, eu pego ônibus, um dia desses eu posso muito bem pegar um ônibus em q ela esteja com uma amiga ai ela me vê e comenta "Olha lá o namorado boiola do filho do meu patrão"
H - é melhor a gente parar por aqui, meu pai ñ fez por mal
B - eu sei q ele ñ quer me ferrar, mas ele ñ mostrou muito respeito ñ! Sua mãe foi mais compreensiva...
Silêncio! Percebi naquele momento q os pais do Henrique eram sagrados pra ele. Se eu tivesse pais assim, q me compreendessem e me amassem, eles tbm seriam para mim. Mas eu ñ era o filho, eu era o genro problemático e mal resolvido. Nos despedimos com um beijinho e eu segui pra minha casa. Aquele dia seria o início de uma paranóia maior na minha cabeça. Um paranóia sobre privacidade q até eu ñ me suportaria.
Na semana seguinte tudo ocorreu rotineiramente. Aula, trabalhos, bagunça na biblioteca, trabalhos, namoro as escondidas e mais trabalhos. O ano letivo estava acabando e faria 11 meses q eu e o Henrique estavamos juntos. Tava muito perceptível a forma como ele e a família dele dava um jeito de forjar o assunto "Sair do armário". Eu nunca me comportei de forma rude ou grosseira, mas a vonatde q eu sentia era de falar pra eles tentarem viver com uma família conservadora e religiosa. Tentar viver 18 anos se reprimindo. Tentar viver 18 anos numa mentira e se acostumar a viver com ela, se acostumar tanto a viver assim q essa mentira virou uma carapaça protetora, algo q me faz me sentir seguro, afastado do perigo e de repente ver pessoas q ñ têm idéia do q é viver na minha pele e sentir dedos acusadores provenientes de todos os lados. Arrisco-me a dizer q nem mesmo o Henrique entendia apesar de ser gay tbm. Pra ele foi fácil, apesar dos pais terem se recusado a acreditar de 1ª, deu pra notar q no seio familiar dele era pregado a liberdade, a "modernidade" européia. Poxa! Vivemos num país (num continente tbm, latino) super machista, ainda mais no nordeste brasileiro q é super enrraizado nas tradições que são subordinadas as religiões. Não era fácil pra mim. Mas de certa forma, eu entendia o Henrique, ele namorava comigo ha tanto tempo e ñ podia me levar pra jantar ou no cinema, ñ permitia q ele pegasse na minha mão em público ou fizesse qualquer gesto suspeito. Eu voltava pra casa imaginando as frustrações dele. Ele namorava com alguem q tinha vergonha de namorar. Ñ era fácil pra mim, ñ era fácil pra ele.
Meu aniversário. Dezembro. Henrique queria me levar num restaurante pra gente comemorar juntos o meu 1º aniversári juntos, eu resisiti muito, mas ele me chantagiou emocionalmente, disse q ele ñ tinha o privilégio de levar o amor dele pra jantar...
O Henrique queria me levar pra jantar em um restaurante, só nós dois. Seria o meu 1º aniversário que passariamos juntos. Além d eu ñ gostar nada da idéia de aparecer em público, ainda tinha o fato de q talvez a minha família fizesse alguma coisinha pra comemorar. Pois é, coisinha! Minha família é imensa e qualquer coisa é motivo pra festa. Adimiro muito a minha família nesse aspecto pq é difícil encontrar famílias q se disponham ainda hj a marcar encontros e comemorar o q quer q seja. Mas é diferente comemorar o aniversário de alguem q é tão quieto as vezes e um pouco nerd como eu. Por isso q eles sempre fazem coisinhas do tipo: um bolinho e uma velinha pra ñ passar em branco e alguns presentinhos e ligações de "Feliz aniversário". Durante anos foi assim, eu ja tava acostumado, pq como eu disse no 1º post, eu sou conformado com as coisas ruins da vida, eu aditmito tanta coisa, tanta injustiça comigo e aguento td calado. Mas tem as suas recompensas depois. Mesmo q ninguem as notem. Pois bem, voltando ao jantar, eu queria convencer o Henrique a ñ me levar, mas ele ficou insistindo e fazendo chantagem emocional, dizendo q era o meu 1º aniversario juntos, q a gente tbm tinha o direito de comemorar e q acima de tudo, eu merecia. Ele ñ tava errado! Eu ñ sou vaidoso, se v6 soubessem o quanto eu ja me rebaixei pra poder viver em paz, ja negociei a minha paz com muitas pessoas, tive q tentar agradar muita gente pra q ninguem ficasse me importunando sobre a minha vida. Por isso q o Henrique costuma dizer q eu deixo q os outros conduzam a minha vida, q eu mesmo ñ a vivo. Mas se é esse o preço q eu tenho q pagar pra ñ revelar o q sou, q seja. Tinha certeza d q se eu me revelasse ao mundo eu seria mais infeliz do q sou. Tudo estava bom pra mim. Eu ñ tinha muita coisa, mas pelo menos ñ tinha preocupações maiores. Ele acabou me convencendo a ir, mas disse a ele q iria um dia depois do meu aniversario pq provavelmente fariam alguma coisa pra mim la em casa.
Bem, meu aniversario foi sem surpresas pra mim. Vieram alguns vizinhos e muito poucos familiares, tinha um bolo de chocolate, alguns doces e salgados, refrigerantes e algumas bolas de gás na parede. Coisa simples, mas era o q tinha pra mim. Quando tinha aniversário de 1 primo galinha q eu tenho, ia um monte de gente, a familia em peso, as vadias q corriam atras dele, eram muitas e ñ tinha uma feia, ele sempre foi bonito mesmo, corpo musculoso de bomba, moreno, bronzeado, cara de safado, eu só tinha pena da noiva dele pq a familia toda sabia o q ele fazia com ela e acobertava, ia tbm 1 banda de pagode q ele tocava e muitos vips's. Na festa de uma outra prima minha meio saidinha, iam as vadias-amigas, os pretendentes (o mais engraçado é q iam muitos caras e todos eles sabiam q os outros estavam lá, ai a festa toda era os marmanjos concorrendo) a familia toda, dj's q ela ficava q acabavam tocando de graça...Na festa de uma outra prima patricinha, iam as peruas, os caras mais gatos da cidade q estudavam com ela (como eram lindos!) umas bandas e dj's e a familia completa. Acho q sem querer acabei desabafando aqui como eu me sinto desprezado as vezes. Mas eu sempre chego a conclusão d q quem procurou por isso fui eu mesmo, afinal, eu me reprimia pra ñ ser descoberto, então a minha família se comportava de forma diferente comigo pq ñ queriam me xatear, me fazerem ser festeiro como todos na familia, quando na verdade eles sabiam q eu ñ era. Mas como eu ja falei mil vezes aqui, ñ é q eu ñ gostasse de viver uma vida normal, é simplesmente pq eu ñ podia correr riscos. Mas ao menos, quando chegou umas 22hs o Henrique me liga me desejando feliz aniversário e q ninguem daria uma festa pra mim como ele faria! Eu ñ tenho dúvidas disso. Eu soprei as velas desejando q eu pudesse viver em paz com ele o resto da vida. O parabéns cessou, o bolo foi comido, as bebidas ingeridas e antes das 23hs a festa ja tinha acabado e todos ido embora. Só me restava ansiedade e medo pelo jantar q o Henrique havia me prometido.
No dia seguinte o pessoal da faculdade veio em peso la em casa. Um monte de "adultos" se comportando como crianças, trouxeram bolas, narizes de palhaço, serpentina, um carro de som, bolo, doces, salgados, ficamos a tarde toda naquela folia. Foi muito divertido! Ao contrario da minha familia, entre os meus amigos de faculdade e de escola eu sempre fui muito popular, sempre gostaram muito de mim, modestia a parte, sempre fui muito bom amigo. A minha mãe até estranhou a festa pq entre os familiares as minhas festas ñ eram tão animadas...
Mãe - com os seus primos as suas festas ñ são assim
Benjamim - é q fora de casa as pessoas sabem dar o valor q eu mereço
M - o q vc ker dizer com isso?
B - o q todos nessa sala sabem: q eu sou uma pessoa amiga e divertida, se o resto da familia ñ vem aqui em casa e ñ dão a mínima pra mim, eu ñ tou nem aiM - mas vc ñ demonstra essa alegria em casa...(interrompo)
B - ñ me dão espaço
M - td bem, então pq vc ñ liga p/ os seus primos chamando-os pra virem pra cá?
B - pra q? ñ, deixem eles lá, nenhum deles fizeram questão de vir até aqui, ñ sou eu quem vai chamar, além do mais, eles só convidam a mim pra passar a festança na cara
Claro q isso ñ era verdade, mas dizendo isso as vezes entre alguns familiares eles sentiam como eles me excluiam as vezes. Mas eu me sentia culpado tbm pq ñ era eles q me excluiam, mas como eu ja tinha essa impressão na familia, se eu esperniasse um pouco eles acreditavam. Eu ja me machuquei tanto assim, tentar viver na mentira ñ é nada saudável pra mente. Havia dias em q eu estava em casa só e eu aproveitava pra extravasar essa repressão q eu fazia a mim mesmo. Me metia a chorar muito. Quando essas crises viam e tinha alguem em casa, eu ia pro quarto e sulfocava o choro no travesseiro. Mas quando eu tava só, eu berrava, topava o som e me metia a gritar. Era muito inquietante me prender a mim mesmo. Isso era um problema pra mim, muito sério, e agora era um problema pro Henrique tbm. Mas voltando a festa, todos da sala e ate pessoas de outras turmas tinham vindo. O povo tava muito animado, tiramos muitas fotos, filosofávamos com a garrafa de vinho do lado, como a nossa turma costumava dizer. Claro q o Vagner e a Ana ñ poderiam ter faltado...
Ana - ta gostando?
Benjamim - ô!
Vagner - vem pirralho, deixa de servir o povo e vamo dançar
a festa durou até umas 22hs, festa essa programada pra acabar de 17hs. Minha mãe as escondidas ligou pro povo da nossa familia convidando. Veio muita gente e do telefone eles ouviam a barulhada e se animavam. No fim, foi bom, pq eu pude mostrar q tbm mereço atenção as vezes e q eu ñ sou paradão só pq gosto de estudar. O Henrique me ligou e eu fui correndo com aquele tijolo no ouvido pra rua...
Bom galera, por hoje é só. Assim, num comentário li que não tem tido sexo nessas postagens, exato, não têm, mas também eles têm que descansar né rss. Depois irei responder aos comentários e depois posto mais dO Médico, essa ligação do Henrique... bom, vocês saberão.
Bjs, Rafa
18 de setembro de 2008
O Conto - parte 11
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Um comentário:
Oi Rafa, nossa, por onde eu começo? Bem, primeiro digo e repito, quem tem que agradecer é a gente, por TUDO! O fofo e divertido é vc, rafa, vc é tuuuuuudo de bom!!! E Paulinho, to sentindo falta de vc, cara!! Pessoal, nossa, to cada vez mais envolvido nesse conto... postagens de sexo é bom (ô, e como!), mas não é todo dia que tem uma história dessas pra gente ler, galera. E cada vez me identifico mais com o conto, como "B". To super ansioso pelo próximo "capítulo", pois to sentindo algumas lágrimas já rolando... Rafa, mais uma vez, nao tenho palavras pra agradecer, amigo! Bjao a todos!!
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