24 de maio de 2010

Conto

Gente, sinceramente, mil desculpas. Só hoje quando fui fazer um novo post no blog é que vi como o tempo passa rápido d+. Tem muito tempo que postei uma das partes do conto pela ultima vez aki. Realmente, depois que entrei pra faculdade minha vida mudou totalmente. O tempo que antes era muito, agora ficou escasso. Vou tomar mais cuidado para não deixar passar tanto tempo entre um post e outro. Bem, vamos ao post.....

Nesse momento o Henrique fica gritando proximo ao telefone...

H - MENTIRA, ANINHA, ELE QUE FICA FAZENDO CHARME
A - e eu não sei, esse pornográfico
B - como é? Mas Ana? Nunca mais eu compro a sua cocaína, sua racha

Caímos na risada. As piadas que mais usávamos juntos era de que eu era o cafetão da Ana e q ela era uma prostituta velha e viciada em drogas ilícitas das mais pesadas e que além disso aliciava menores.

O Médico - Parte 85

Depois da ligação, fiquei mais tranquilo. Uma coisa é você se expor, assumir uma responsabilidade grande que pode por em risco a sua vida; outra coisa bem diferente é você envolver pessoas que ama e que nada têm a ver com os seus atos. Ao menos estava tudo bem para eles (Ana e Vagner). Almoçamos o resto do almoço, esquentamos no microondas...

Benjamim - que horas, amor?
Henrique - hum, já passam das duas
B - acho q se eu correr ainda pego alguma aula
H - aula hj? Nem brincando! Vai passar o dia comigo
B - mas, Rique... (interrompe)
H - nada de "mas". Poxa, B, vim passar a semana com vc, não me abandone ok?

Como resistir a uma chantagem emocional dessas?

B - ta, seu chato
H - depois do almoço, vamos pra pscina, faz tempo q eu não sei o que é uma
B - lá não tem pscina?
H - dãããã, quer que eu congele? Vem, ja terminou?
B - mas eu não tenho sunga
H - hum, q menino pudico, vai de cueca mesmo, oras

Depois do "almoço", fomos nadar. O clima infantil ainda pairava entre a gente...


H – para de jogar água no meu olho!!! Vem cá, eu quero falar uma coisa
B - o que? (fui nadando)
H - eu já decidi como vai ser a nossa semana
B - hum, fala (me agarrando no pescoço dele, enquanto ele nadava por nós dois)
H - seguinte, já vi que vc e aula não se separam, então eu vou para as aulas com vc
B - eba! Vai me ver dando uma de inteligente
H - é, depois das aulas a gente faz alguma coisa, sei lá, almoça fora e depois eu te levo pra algum lugar, não sei, a orla talvez
B - orla é legal... que tal se a gente convidasse o Vagner e Ana um dia nessa semana pra praia? Faz tempo q a gente não faz um programa desses
H - ta. Escuta, como anda a arrumação do apê?
B - ah, ta indo, eu e sua mãe estamso vendo decoração, essas coisas q sua mãe adora. na verdade deixei a cargo dela
H - sei, explorando a minha mãe
B - eu? Eu não, ele que está fazendo na maior boa vontade
H - pilantrinha
B - mas eu não se como anda o consultório
H - ah, mas isso eu sempre tou por dentro, pode deixar
B - e hoje, o que faremos?
H - não sei


Ficamos na piscina até começar a ficar frio. Depois fomos namorar um pouco no quarto. Nesse dia eu recebi umas ligações do jornal, perguntando como eu estava e blá, blá, blá. Super preocupados não? ¬¬ Não lembro de ter feito mais nada o dia todo além di ficar de cueca e meia na cama, debaixo dos lençois, no aconchego dos braços do Henrique. Nada mal para enecrrar uma semana tão turbulenta. Nada poderia tirar o meu sossego. Nada. Exceto os beijos malucos do Henrique ou os beliscões que ele me dava no bumbum. Quando todo aquele clima divertido passa, ou quando não tem ninguem olhando, geralmente ficamos românticos demais. Enjoa até quem vê (eu acho) pq melamos muito o nosso relacionamento. Bem, somos românticos assumidos e autenticados como espécimes em extinção pela ABA (Associação dos Bobos Apaixonados). Somos membros honorários...

H - amor?
B - hum
H - ta acordado?
B - não
H - páraaaaaaaaa
B - huhuhuhuhu, o que é?
H - vem mais pertinho, de conchinha
B - eu quero ficar abraçadinho assim
H - não, de conchinha é melhor
B - não, assim é melhor
H - B, vc sabe q não tem vez... vem logo, garoto
B - ta, ta
H- ééééé (comemorando)
B - melhor agora?
H - muito melhor, vamos ficar nus?
B - ta
H - ta
B - ja disse q adorei esse perfume?
H - já
B - é gostoso
H - q nem o dono
B - é, bobo!
H - mas sou o seu bobo preferido
B - é sim, lindinho
H - hum, beijinho
B - fecha a cortina pra ficar mais escurinho
H - não, deixa assim pq ja ja a lua aparece
B - ta
H - ela vai testemunhar o nosso namorinho
B - sabe do q eu tava lembrando esses dias? Da nossa briga de torcidas, lembra? Na biblioteca
H - eu tbm tava pensando nisso esses dias, tipo, como é q eu pude me apaixonar por vc?
B - hã?
H - calma, deixa eu explicar. É justamente por causa dessas briguinhas q a gente tinha no curso. Eu poderia te odiar e pra falar a verdade acho q odiava, mas era um ódio que eu amava sentir, me esquentava o sangue, era novidade pra mim. a graça de ir na biblioteca era te ver, principalmente quando vc ficava sozinho, aí eu ficava te observando, era tão legal, eu me sentia um voyer.


B - hehehehe e eu todo ingênuo
H - hahahaha, é verdade, vc era tão bobinho
B - ainda sou
H - não, nem vem, hoje você não engana mais ninguém, te conheço laranjeira
B - ai, Rique, ainda sou puro
H - aham (irônico), mas o que eu mais gostava daquela época era q vc ficava enrolando os cachinhos com os dedos enquanto lia, comia escondido na biblioteca, sabendo q era proibido
B - hahahaha, é verdade, afinal, eu passava o dia lá, aí levava uma marmitinha
H - muito fofo
B - para de zombar
H - nãããããão, falo sério, muito fofo. Vc tinha os seus 18 aninhos, maturidade de 30 e experiência de um garoto de 13. Se bem que você tinha cara de um menino de 15 e hoje te dou 18
B - hehehehe
H - mas eu adorava. Eu não sei se vc se lembra, mas eu ficava na prateleira atrás da sua quando vc ia procurar livros
B - dessa eu não sabia
H - as vezes eu escondia os seus livros
B - ain, q maldade
H - eu fazia por maldade mesmo, mas era uma coisa instintiva, te fazia ficar na biblioteca mais tempo. Eu só não gostava quando vc estava com os seus amigos pq vc perdia aquela ternura e ficava metido a engraçado
B - eu sou engraçado, tá (dando língua)
H - eu sei, mas é q vc ficava todo dado pro lado do Vagner
B - hehehehe, se o Vagner não tivesse casado até hj vc ia achar q a gente tem um caso
H - ia mesmo, humpf
B - bobão
H - só tou cuidando da minha propriedade
B - ui
H - hehehehehehe, bitoquinha, bitoquinha, vem mais juntinho, encaixa mais
B - mais junto q isso só se passar durepox
H - acho q tem uma caixa disso ali
B - hahahahaha, sabe do que eu mais gosto de me lembrar? De quando vc me sequestrou para aquela dispensa, eu morrendo de febre e vc abusando de mim
H - eu tava no gás. Nem me tocava q vc tava tão mal, quer dizer, eu até me tocava, mas eu tava tão excitado
B - e no dia seguinte eu quase te perco
H - pq? por causa da carona, q a gente discutiu no carro?
B - é
H - bobão, eu já estava na sua há muito tempo, não largaria jamais
B - hehe


Dormimos, finalmente. Na manhã seguinte eu fui pra aula e levei o Henrique a tiracolo. Ele sentou no fundão para não atrapalhar, mas quem disse que eu prestava atenção no professor? Vez ou outra eu olhava pra tras e dava linugua ou chateava o Henrique de alguma forma. Fomos tomar um sorvetinho, mais uma maratona de aulas e depois um jantar oficial na casa dos pais dele...

D. Edna - quem diria? Esses dois juntos de novo nessa harmonia, depois de tudo o q passou
H - eu diria!!! Com toda certeza

Depois do almoço...

H - vamos sair?
B - amanhã tem aula cedo e tenho q entrar em contato com uma fonte pra escrever uma nota pro jornal
H - essa nota é pra amanhã?
B - não, mas...(interrompe)
H - então nada de aula amanhã e nada de jornal
B - mas... (interrompe de novo)
H - ja liguei pro Vagner e pra Aninha, a gente vai sair hoje
B - oh, Rique
H - pára. Eu tou sabendo q vc só ta trabalhando e estudando, Ana me contou, não gostei nada nada, digo logo
B - ela não tinha nada que ter falado
H - tinha sim, e chega de lenga, vamos sair

O carro do casal-maravilha chegou e fui logo dando uma bronca

B - quem mandou vc dizer ao Rique que eu tou atolado de ocupação?
A - ele tinha q saber
B - hum, gostei nada disso, vc sabe q eu não queria q ele soubesse
A - e vc sabe q é um lunático? Ta se isolando do mundo, parece q não vive mais
Vagner - ui, mamãe ta dando bronca
H - vamos?
Tem um barzinho que na época em que o Henrique morava aqui a gente ia quase todo fim de semana. É um ambiente agradável e toca música alternativa. Adoro! Ana e eu tratamos de deixar os chatos na mesa falando besteiras sobre futebol (odeio futebol) e fomos dançar. Parecia que iamos dar uma ali mesmo...

A - vc me comendo aqui, mas olha aquela menina dando em cima do Henrique
B - humpf, nem ligo. Conhecendo o Rique do jeito q eu conheço, se eu ligar ele vai ficar tirando onda, prefiro ignorar

E eu nem ligava. Eram umas amigas do Vagner. Fáceis até a morte...

B - se eu fosse vc, ficava de olho no Vagner, ele gosta da fruta

A - é né? Vem, vamos no bar

Fomos no bar, compramos umas bebidas e fomos até eles. Só q eu achei q a gente ia aprontar alguma coisa. Nada. Ana me obrigou a sentar numa mesa ao lado da deles e agiamos como se não os conhecemos. O Hernrique logo ficou agoniado pq ele reage mal a indiferença (adoro), o Vagner ficou naquela de sorrir para as meninas, para não ficar sem graça. Aí elas...

Meninas - OI ANINHAAAAAA!!!
A - olá, quanto tempo, cadê o namorado?

Adoooooooooooooooro a Ana, vai logo na ferida. Conversa vai, conversa vem...

M - então, Henrique... Henrique o seu nome né?
H - é
M - então, solteiro?
H - bem... eu... (vermelho)
B - Henrique ta morando em Londres, não tem tempo pra namorar
M - sei... vc Benjamim, não gosta da fruta que eu sei

Nem se eu gostasse, prefiro as frutas doces que as azedas. Continuando a diversão...

M - mas me diz, Henrique, ta solteiro? Como pode?
H - não, eu namoro

Nesse momento o Henrique me olha como se estivesse dizendo "Me salva!" mas eu adoro deixá-lo nessas enrrascadas...

M - mas cadê ela? Que perigo deixar vc sozinho na balada
B - também acho
M - ela é daqui?
H - é
B - pior ainda, deve levar tantos chifres
H - não, eu sou fiel, mas as vezes eu penso se vale a pena ser (irônico)
M - hum, ja vi q ela não satisfaz
B - coitadinha!
H - mas eu gosto muito do meu namoro, tou satisfeito
M - ah, mas ela nem ta aqui, cuidando de vc
H - hahahaha (sem graça) eu vou no banheiro, volto logo

Ele se levanta da cadeira, passa por mim e me belisca como sinal para seguí-lo...

H - me salva, aquela menina fic dando em cima, mulher dada da poxa!
B - dê um fora nela
H - vc nem pra ajudar tbm, né?
B - o q vc quer q eu faça (ja rindo)
H - pára de rir, vc sabe q eu não gosto disso
B - ta

Voltamos e não achamos uma solução...

M - Henrique, vamos dançar?
H - não sei dançar
M - eu ensino
H - mas eu não sei justamente pq não gosto de dançar
M - ai, chato, vem dançar, puxando

Foram pro meio do salão e ela ficava agarrando ele. Era divertido vê-lo fugindo dos ataques. Eu ficava na mesa rindo. A música finalmente acabou e eles voltam pra mesa. A bebida escorria na minha boca pq eu não conseguia parar de rir, a Ana tbm não...

H - sabe o q é, Fulana (esqueci o nome da menina) eu sou gay
M - ai, q mentira feia, se vc ñ gostou de mim pelo menos seja sincero

Aí o Henrique se levanta da cadeira, senta do meu lado e pega na minha mão. Aí não tem jeito, eu começo a cair na gargalhada e a menina ficou toda sem graça pq ela tava fazendo papel de ridícula (foi maldade, eu adimito, mas foi divertido. Pra Ana foi uma lição, Ana é super feminista, pra ela foi bem empregado, pra ela aprender a ser menos oferecida) Aí a menina pede licença e sai da mesa...

H - tinha que ser desse jeito?
B - hahahahahahahahahahaha
H - maldade isso, gostei não. E vc nem pra me ajudar
B - ué, o q vc queria q eu fizesse?
H - nada (soltando a minha mão)
B - não precisa ficar desse jeito
H - precisa sim, vc acha q é fácil pra mim? (sério)
B - Rique... (interrompe)
H - Rique um caralho! Eu só não disse q era seu namorado pq eu sei q vc não gosta de ficar de amassos em público, foi só por sua causa q eu tive q ficar nessa situação. Não foi justo
B - pera, Rique, tbm não é assim
Aí ele sai da mesa puto da vida e vai para a garagem do bar. Eu, claro, fui atrás...

B - Rique, me desculpa
H - de nada valeu ontem aquelas palavras e a manhã de hoje
B - não, Rique, eu te amo, poxa
H - então pare de ficar fazendo isso, se vc não quer ficar de amasso comigo, ao menos não me faça passar por situações como essas, não gosto, vc sabe
B - desculpa, foi infantilidade minha
H- foi mesmo
B - vem cá (puxando ele pelo braço)
H - não, não to afim de ficar de manha
B - vem cá, Riqueeee
H - não
B - pára
H - vamos voltar pra mesa

Ele foi na frente e eu atrás. Ele sentou e eu sentei. Aí eu saí um pouco, demorei uns minutos e voltei. De repente, a banda q tocava naquela noite fala:

"Henrique, seu idiota, o seu namorado te ama e quer um beijo agora!"


Ele fica desnorteado. Olha para os lados como se não entendesse nada e depois me olha. Eu fiz uma cara de arrependido e ele ficou sério me olhando. Depois, ele sorriu, deu uma risadinha e disse...

H - vc quer mesmo um beijo?
B - quero?
H - aqui e agora?
B - é

Aí ele vem de leve, quando de repente...

Despedidas do Ben:




se cuidem
deêm valor as cores
aos sabores
e aos desejos do silêncio
e juizo, hein?

;*


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se cuidem
se faltar fôlego
se faltar ânimo
só não permitam faltar para si mesmos
e juizo hein?

;*


Boa segunda-feira!!!


Adriano

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